A Legionella contamina os ambientes aquáticos (piscinas, balneários, jacuzzi) de forma "silenciosa". Têm surgido diversos surtos de Legionella em Portugal: saber reconhecer torna-se fulcral pois uma intervenção atempada pode ajudar a evitar a propagação da doença. Neste artigo abordaremos tudo o que precisa saber!
A Legionella sp., uma bactéria gram- ambientalmente ubiquitária, é responsável por causar uma forma grave de pneumonia conhecida como a Doença dos Legionários.
A Legionella pneumophila, em particular, é a principal espécie associada a infecções humanas. Esta bactéria prospera em ambientes aquáticos, especialmente em sistemas de água artificiais, como, balneários, piscinas, jacuzzis, spas, condensadores, spas e outros sistemas de água potável (artificial ou natural).
Como se transmite a Legionella?
A Legionella é inalada na forma de aerossóis (partículas de água) contendo a bactéria, principalmente a partir de sistemas de água contaminados. A infecção ocorre quando esses aerossóis/gotículas são inalados.
A doença resultante pode variar de sintomas leves semelhantes a uma gripe até uma pneumonia grave e, em casos extremos, pode mesmo ser fatal.
Sintomas de Legionella
As infeções por Legionella muitas vezes começam com sintomas inespecíficos, como febre, tosse, dores musculares, fadiga e dor de cabeça. Esses sintomas podem ser confundidos com outras condições respiratórias. Para além destes pode ainda provocar diarreia, indisposição e dor abdominal.
À medida que a doença progride, os sintomas respiratórios tornam-se proeminentes, incluindo tosse persistente, falta de ar e, em casos mais graves, pneumonia.
Sinais de Alarme:
É crucial estar atento a sinais de alarme, especialmente em ambientes propensos à Legionella. Se houver um aumento inesperado nos casos de pneumonia ou se ocorrerem surtos localizados, isso deve ser considerado um sinal de alarme!
Quais os grupos de risco de infeção por Legionella?
Indivíduos mais suscetíveis a complicações graves são idosos, fumadores, indivíduos com doenças crónicas e ou imunocomprometidos.
Como referido em casos mais graves, podem ocorrer complicações como insuficiência respiratória, insuficiência renal e choque séptico, pelo que a detecção precoce é fundamental!
A Legionella em Portugal:
Portugal, com seu clima propício à proliferação de Legionella, tem enfrentado desafios relacionados à prevenção e controlo da doença. A vigilância epidemiológica é crucial para monitorizar a incidência da doença e identificar possíveis surtos. As autoridades de saúde em Portugal têm implementado medidas rigorosas para prevenir a disseminação da Legionella, com foco especial em sistemas de água em locais de risco.
Recentemente ocorreram surtos de Legionella em Caminha e Matosinhos.
Medidas Preventivas:
Monitorização de Sistemas de Água: Inspeções regulares e monitorização constante de sistemas de água em edifícios públicos, instalações de saúde, hotéis e outros locais propensos à disseminação de Legionella.
Normas e Regulamentações: Adoção e implementação de normas e regulamentações rigorosas para o design e manutenção de sistemas de água, garantindo práticas que minimizem o risco de contaminação.
Educação e Consciencialização: Campanhas educativas direcionadas a profissionais de saúde, gestores de instalações e o público em geral para aumentar a conscientização sobre a Legionella e as medidas preventivas.
Tratamento:
O tratamento da doença dos legionários geralmente envolve antibióticos específicos, sendo a detecção precoce fundamental para um prognóstico bem-sucedido. Pacientes com formas mais graves da doença podem necessitar de suporte respiratório ou terapia intensiva.